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quarta-feira, 2 de agosto de 2017

BEBIDA MODERADA REDUZ RISCO DE DIABETES

Risco de diabetes é menor com bebida moderada
Texto de Filomena Neves em 20170801


JOSÉ MOTA / GLOBAL IMAGENS

Investigadores da Dinamarca avaliaram os hábitos de consumo de álcool de mais de 70 mil pessoas.

Consumido com moderação, o álcool, e sobretudo o vinho tinto, tem mais benefícios do que inconvenientes - desde que não exista nenhum problema de saúde. É isso que confirmam os resultados de um estudo realizado por investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Sul da Dinamarca e agora publicado na revista científica Diabetologia.

De acordo com os principais dados do estudo, que foi liderado por Janne Tolstrup, ingerir três a quatro bebidas alcoólicas por semana (uma em cada dia) tem um efeito protetor significativo em relação à diabetes, diminuindo esse risco daquela doença em 27% nas mulheres e em 32% nos homens. Mas o dado mais curioso, quase surpreendente, é este: quem tem estca rotina de bebida, de três a quatro bebidas por semana, distribuídas pelo mesmo número de dias, está mais protegido em relação à diabetes do que quem não bebe de todo, ou bebe apenas esporadicamente.

O estudo confirma também, em linha com resultados de investigações anteriores, que há benefícios claros na ingestão moderada de vinho tinto: sete copos, ou pouco mais por semana. O efeito protetor da diabetes, nestes casos, chega aos 25% a 30% de menor risco de contrair a doença para todos.

No caso do vinho tinto, os cientistas pensam que este efeito protector estará relacionado com umas substâncias chamadas polifenóis, que existem no vinho, e que interferem com a presença de açúcar no sangue, com esta bebida a ganhar ao branco neste efeito protector. Na comparação que foi feita, as pessoas, tanto homens como mulheres, que bebiam os tais sete copos, ou pouco mais, de vinho tinto por semana, mostravam ter menos risco de diabetes do que as que bebiam um copo, ou nenhum, no mesmo período.

O estudo teve por base os dados da avaliação de saúde realizada na Dinamarca para 2007 e 2008, em que cidadãos com mais de 18 anos responderam a um questionário sobre estilos de vida e saúde. Os que já tinham diabetes foram excluídos do estudo, bem como as grávidas ou as mulheres que tinham tido filhos há pouco tempo. No final, o estudo abrangeu um total de 70 551 pessoas, a quem foram pedidos detalhes sobre o seu consumo de álcool, e que depois foram seguidas durante mais quatro anos e nove meses.

Os investigadores queriam, justamente, discriminar os consumos de álcool: de uma ou menos bebidas por semana, uma a duas (em dias diferentes), três a quatro, distribuídas diariamente, ou cinco a sete, também enquanto consumo diário. O binge drinking, definido como cinco ou mais bebidas consumidas numa única ocasião, também foi discriminado, mas no inquérito quase não houve respostas reportando hábitos deste tipo. Além da frequência do consumo, a equipa de Janne Tolstrup também identificou os diferentes tipos de bebidas - cerveja, vinho e bebidas espirituosas - para poder avaliar os respectivos impactos em relação à diabetes. Um dos outros dados relevantes do estudo mostra que, nas mulheres, o consumo de sete ou mais bebidas espirituosas por semana está associado a um maior risco, da ordem dos 83%, de ter diabetes, em comparação com as que bebem apenas uma destas bebidas semanalmente.

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